quarta-feira, 18 de junho de 2008

Aquela noção de cantinho

Eu odeio a Veja, mas como minha mãe assina, eu acabo lendo, principalmente por causa disso:
http://segurodemorte.blogspot.com/2008/05/90-pura-merda.html .

De qualquer maneira, essa semana tem uma entrevista bem interessante com o matemático John Allen Paulos. Apesar da maior parte da entrevista tratar dos assuntos do livro Irreligião que ele tá lançando (acerca da falta de lógica das religiões e da existência de algum deus - temas com os quais simpatizo bastante), a resposta que mais me chamou atenção foi essa:

Veja – Quais são as habilidades matemáticas de que uma pessoa precisa para sobreviver no mundo?
Paulos – Muitas vezes, não é tanto o conhecimento técnico que faz falta. Aritmética e alguma álgebra servem para a maior parte das situações cotidianas. Mas as pessoas ainda carecem de uma certa habilidade para pensar em termos de lógica formal, para estimar quantidades e ter pelo menos um certo senso de probabilidades e estatística. Nas minhas aulas, por exemplo, proponho aos meus alunos que eles estimem quantos afinadores de piano existem na Filadélfia. Para chegar lá, eles têm de saber a população da Filadélfia, a porcentagem de casas com piano, a freqüência com que eles são afinados, quantos pianos um afinador consegue afinar em uma semana, e assim por diante. A maior parte dos números de que precisamos para fazer esse tipo de cálculo não é publicada, e temos de encontrar meios de estimá-los. Mas as pessoas muitas vezes não têm sequer uma noção dos números básicos que cercam sua vida – a população do país e da cidade onde vivem, por exemplo. É isso que chamo de "analfabetismo numérico". Noções de grandeza também são estranhas para muita gente. Por exemplo, serão poucas as pessoas que sabem o que 1 milhão de segundos representa em dias. São cerca de onze dias e meio. E as pessoas também se surpreendem com a diferença entre o milhão e o bilhão, porque não têm noção da grandeza desses números – para chegar a 1 bilhão de segundos, são necessários quase 32 anos.


Vamo ter um pouquinho mais de noção ? Vamo ?

2 comentários:

Daniel Iserhard disse...

a gente se acostuma com as grandezas do dia-a-dia, que realmente precisamos, é besteira saber em segundo, ou pianos, ou outra coisa. Se ele fizesse perguntas mais palpáveis e relacionadas com a vida cotidiana, uma pessoa NORMAL saberia estimar.

Esse cara não tem a menor noção pedagógica... ser matemático dá nisso, ele aprende a lidar com número e desaprende a lidar com pessoas

Anônimo disse...

números! números! números!
passamos o tempo todo cronometrando e contabilizando cada passo que damos, contando horas,correndo contra o tempo, mesmo sem perceber, então isso já faz de nós automaticamente cidadãos alfabetizados numericamente.
sou bem mais a favor de viver esse um milhão de segundos do que perder tempo contando à quanto ele equivale. :D