quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Delirante para sempre

Era uma vez um clube que achava que era grande. Um clube que na sua megalomania (frequentemente associada ao arqui-rival) achou que poderia reformar seu estádio com recursos próprios. Um clube que apresentou um projeto todo embonecado e delirante pra FIFA pra ser sede da Copa. Eis que depois de muita lenga-lenga, experimentou o gostinho da realidade e viu que precisaria de alguma parceria pra fazer suas obras.

O processo pelo qual passa o Inter e sua reforma de estádio HOJE, o Grêmio já passou muito tempo atrás. No lado azul,
algumas dessas etapas relativas a construção da sua nova Arena estão ultrapassadas há ANOS. Escolher construtora, analisar contrato, disponibilizar ao Conselho Deliberativo, marcar data de assinatura do mesmo, estabelecer cronograma de obras, construtora buscar financiamento para poder arcar com a obra (o que está tentando ainda hoje com a Andrade Gutierrez, acreditem)... Enfim, etapas que o Inter recém começou a se envolver.

Hoje, 20 de outubro de 2011, foi oficializada a perda da Copa das Confederações por parte de Porto Alegre, cidade que era uma das favoritas pra receber jogos da competição. Cidade e estado prejudicados porque o Inter ainda não tem um contrato assinado com construtora e nem cronograma de obras. E o Inter realmente acha que não tem culpa nisso?

Claro que outros fatores, principalmente políticos, sempre terão sua influência nessas questões. Nosso sistema é corrompido, visto que é obra de seres humanos. Mas nesse caso, o fator decisivo foi mesmo uma grande CAGADA do Inter. “Gigante para sempre”? Não, delirante para sempre.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O futuro do Grêmio

Dez anos sem títulos de expressão podem ser explicados por questões pontuais em cada ano específico, mas não é o tipo de diagnóstico que quero traçar, pois abrande algo maior. Uma bomba atômica (ISL) explodiu no clube no começo da década passada (entre outras bombas menores, obviamente), mas o tamanho desse clube (torcida, história, patrimônio), um dos únicos CINCO Campeões do Mundo do país, fez com que ele se reerguesse.

O futebol brasileiro apresenta muitas deficiências nas sua organização. Reflexo, também, de outras questões que envolvem o país. Entre a farra que acontece em meio a tanta fanfarronice e gestões irresponsáveis, o Grêmio, pelo que acompanho ao longo dos anos, é um dos clubes mais bem estruturados e responsáveis. Ou talvez seja melhor dizer um dos menos desestruturados e menos irresponsáveis. A falta de transparência que cerca gestões de clube e vestiário não permitem a um torcedor leigo como eu fazer uma análise aprofundada.

Mas isto me traz ao ponto que quero falar principalmente. Ao longo dos anos mudam direções, treinadores, jogadores, mas uma coisa não parece mudar na cultura do clube. Avançando já na segunda década do século XXI, o Grêmio, através de seus representantes, parece apresentar um raciocínio lento, ultrapassado e saudosista na sua filosofia de futebol, ao invés de se adaptar a novos tempos e remodelar sua administração.

Eu, vendo o futebol ainda com uma visão romântica (e, por isso, extremamente ingênua, infelizmente), sou um entusiasta da RAÇA, GARRA e da famosa ALMA CASTELHANA (afinal, quantas vezes já eliminamos times “técnicos” do nosso freguês Wanderley Luxemburgo?). Mas estes não podem ser os principais elementos guiadores do futebol de um clube. Já cansei, nos últimos tempos, de ouvir dirigentes falando que jogadores qualificados e especulados para contratação “não tem o perfil do Grêmio”. Céus!! É por esses absurdos que o Grêmio se arrasta há 10 anos com a força da sua torcida, mas apresenta times medíocres e desambicionados. A principal atribuição que se for buscar num jogador deve ser a QUALIDADE, e depois contornar outras questões como “perfil”. Enquanto outros clubes se qualificam e conquistam títulos o Grêmio fica nesse discurso definhante que atrasa a vida do clube. E nem vou entrar no mérito daquela malfadada mazela chamada “imortalidade”, que já é motivo de piadas há anos mas os discursistas não veem.

E por que quando resolvem trazer jogadores mais gabaritados, é comum vê-los fracassar no Grêmio? Chegam recebendo altíssimos salários, uma grandiosa estrutura e dão resposta sonolenta e desinteressada? No arqui-rival, com as conquistas dos últimos anos, se instaurou uma aura vencedora (que sim, também causa tropeços inesperados e vexatórios) no ambiente do clube, que é combustível pra buscar grandes títulos. O Grêmio É grande mas parece faltar um ambiente de GANA por vitórias e títulos. Parece que é feito um esforço e quando não dá certo fica no “bom, tentamos, vamos novamente”.

No Grêmio está faltando indignação e a percepção de que não se pode se acomodar com pouca coisa, de que o Grêmio já conquistou todos grandes títulos e agora precisa novamente ir atrás. Sem esperar que apenas a Arena seja uma solução mágica pra isso e que as coisas vão acontecer sozinhas quando estiver pronta, no que será um aguardado divisor de águas na história do clube. (E aqui fala alguém empolgadíssimo com o projeto, que acompanha diariamente a evolução, mas que sabe que títulos são conquistados por bons TIMES). O clube precisa urgentemente se munir de pessoas com sede de vitória. É preciso ver desde o presidente até os funcionários num espírito mobilizado e guiado para um objetivo comum (o que infelizmente parece já ser tarde para 2011). Assim como os jogadores que aqui chegam precisam se sentir privilegiados, PORQUE O SÃO. Entrar em todos jogos com, no mínimo, a mesma disposição, não sendo irregularidades latentes como os últimos camisas 10 que estamos tendo nesses anos.

Eu sei que o mundo do futebol é uma podridão que espantaria a maioria dos torcedores se estes ficassem sabendo de tudo o que acontece nos bastidores. É cada história que se escuta que só mesmo sendo muito trouxa ou muito apaixonado pra continuar acompanhando. Mas isso não impede os outros times de vencerem campeonatos.

Grêmio, tu é um clube gigante e fantástico. Te mune de pessoas que enxerguem isso, que sejam competentes nas suas funções, sem pensamentos retrógrados e com fome de VENCER. Uma gestão assim vai construir um futuro do tamanho que toda essa família azul merece.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Auspendematái

"Auspendematái". Foi isso que eu encontrei anotado num caderninho velho, quando revirei umas gavetas alguns anos atrás. Pois foi isso o que os ouvidos de um jovem de 6, 7 anos (eu, no caso) não iniciado na língua inglesa conseguiram "extrair" de uma música que o jovem ouviu no rádio do transporte escolar, voltando pra casa na época da GLORIOSA 1ª série do 1º grau, nos idos de 1991.

O que havia sido cantado, na verdade, foi "I'm spending my time", na época um hit da banda Roxette, Spending My Time. Nessa época de voltar pra casa na KOMBI do transporte escolar, sempre com o rádio ligado era, obviamente, comum ouvir os hits da época. O que me lembra de outra passagem que ficou gravada na memória, mas que só descobriria a música muitos anos depois: um certo coro de vozes cantando "c'mon, baby, c'mon over" (essa não teve "anotação"), que era o Mr. Big cantando To Be With You.

Claro que várias outras CANÇÕES devem ter ficaram guardadas na memória neste tempo, até eu começar a curtir música pra valer, lá por 1997. Mas é interessante que 20 anos depois, eu tenho a chance de ver na minha cidade, com 3 meses de intervalo, o show das duas bandas supracitadas. E isto numa época que se caracteriza pela renovação constante do que se escuta na mídia, principalmente através da internet e todos seus recursos (MP3, YouTube, etc), quando o surgimento de lendas inexiste (e é um fato provavelmente sepultado) e novos artistas tem sucesso cada vez mais parco.



Obs: o editor de texto desse blogspot é uma merda sem tamanho.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Previsões Oscar 2011

Ano passado acertei 18 das 21 categorias que apostei, mas tava mais fácil de prever.

Novamente esse ano não vi tudo que tá indicado, não to escolhendo os melhores, apenas os que acho que ganharão, independente de ser meu preferido ou não.

Os que acho que vencerão marcarei em negrito.

obs: como no ano passado, não vi nenhum dos curtas, não tenho a mínima idéia e excluí as categorias melhor curta-metragem, melhor animação em curta-metragem e melhor documentário em curta-metragem


Melhor Filme

Cisne Negro
O Vencedor
A Origem
Minhas Mães e Meu Pai
O Discurso do Rei
127 Horas
A Rede Social
Toy Story 3
Bravura Indômita
Inverno da Alma

Melhor Direção

Darren Aronofsky, Cisne Negro
David Fincher, A Rede Social
Tom Hooper, O Discurso do Rei
David O. Russell, O Vencedor
Joel & Ethan Cohen, Bravura Indômita

Melhor Ator

Javier Bardem, Biutiful
Colin Firth, O Discurso do Rei
James Franco, 127 Horas
Jesse Eisenberg, A Rede Social
Jeff Bridges, Bravura Indômita

Melhor Ator Coadjuvante

Christian Bale, O Vencedor
John Hawkes, Inverno da Alma
Mark Ruffalo, Minhas Mães e Meu Pai
Geoffrey Rush, O Discurso do Rei
Jeremy Renner, Atração Perigosa

(não me surpreendo nem um pouco se o Geoffrey Rush vencer, mas tá feita a aposta)

Melhor Atriz

Annette Bening, Minhas Mães e Meu Pai
Nicole Kidman, Reencontrando a Felicidade
Jennifer Lawrence, Inverno da Alma
Natalie Portman, Cisne Negro
Michelle Williams, Namorados para Sempre

Melhor Atriz Coadjuvante

Amy Adams, O Vencedor
Helena Bonham-Carter, O Discurso do Rei
Melissa Leo, O Vencedor
Hailee Steinfeld, Bravura Indômita
Jacki Weaver, Animal Kingdom

(o que disse pro Geoffrey Rush, vale pra Amy Adams aqui)

Melhor Filme Estrangeiro

Biutiful (México)
Dogtooth (Grécia)
Em Um Mundo Melhor (Dinamarca)
Incêndios (Canadá)
Fora da Lei (Algéria)

Melhor Roteiro Original

Christopher Nolan, A Origem
David Seidler, O Discurso do Rei
Mike Leigh, Another Year
Scott Silver, Paul Tamasy & Eric Johnson, O Vencedor
Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg, Minhas Mães e Meu Pai

Melhor Roteiro Adaptado

Aaron Sorkin, A Rede Social
Marguerite Roberts, Bravura Indômita
Danny Boyle, Simon Beaufoy, 127 Horas
Debra Granik, Anne Rosellini, Inverno da Alma
Michael Arndt, Toy Story 3

Melhor Filme de Animação

Como Treinar o Seu Dragão
O Mágico
Toy Story 3

Melhor Fotografia

Cisne Negro, Matthew Libatique
A Origem, Wally Pfister
O Discurso do Rei, Danny Cohen
Bravura Indômita, Roger Deakins
Rede Social, Jeff Cronenweth

(Só porque o Roger Deakins já foi indicado uma cacetada de vezes e nunca ganhou. Queria A Origem ou Cisne Negro)

Melhor Documentário

Exit Through The Gift Shop, Paranoid Pictures
Gasland, Gasland Productions
Inside Job, Representational Pictures
Restrepo, Outpost Films
Lixo Extraordinário, Almega Projects Production

Melhor Montagem

Cisne Negro, Andrew Wesiblum
O Vencedor, Pamela Martin
O Discurso do Rei, Tariq-Anwar
127 Horas, Jon Harris
A Rede Social, Angus Wall e Kirk Baxter

(A Origem não estar nessa categoria é o maior erro do ano)

Melhor Trilha Sonora

Como Treinar o Seu Dragão, John Powell
A Origem, Hans Zimmer
O Discurso do Rei, Alexandre Desplat
127 Horas, A.R. Rahman
A Rede Social, Trent Reznor e Atticus Ross

(A Academia vai escolher esse tipo de trilha, coisa que o Trent Reznor faz há anos, mas que em filmes é "novidade". Apesar de gostar muito da trilha e ser fã do Reznor, minha preferida é de A Origem)

Melhor Direção de Arte

Alice no País das Maravilhas, Robert Stromberg , Karen O´Hara
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte I, Stuart Craig (Design de Produção), Stephenie McMillan (Decoração de Set)
A Origem, Guy Hendrix Dyas (Design de Produção), Larry Dias and Doug Mowat (Decoração de Set)
O Discurso do Rei, Eve Stewart (Design de Produção), Judy Farr (Decoração de Set)
Bravura Indômita, Jess Gonchor (Design de Produção), Nancy Haigh (Decoração de Set)

Melhor Figurino

Alice no País das Maravilhas, Colleen Atwood
I Am Love, Antonella Cannarozzi
O Discurso do Rei, Jenny Beavan
A Tempestade, Sandy Powell
Bravura Indômita, Mary Zophres

Melhor Maquiagem

A Minha Versão do Amor, Adrien Morot
The Way Back, Edouard F. Henriques, Gregory Funk and Yolanda Toussieng
O Lobisomem, Rick Baker e Dave Elsey

Melhor Canção

Coming Home, Country Strong
I See The Light, Enrolados
If I Rise, 127 Horas
We Belong Together, Toy Story 3

Melhor Edição de Som

A Origem, Richard King
Toy Story 3, Tom Myers and Michael Silvers
Tron - O Legado, Gwendolyn Yates Whittle e Addison Teague
Bravura Indômita, Skip Lievsay e Craig Berkey
Incontrolável, Mark P. Stoeckinger

Melhor Mixagem de Som

A Origem, Lora Hirschberg, Gary A. Rizzo e Ed Novick
O Discurso do Rei, Paul Hamblin, Martin Jensen e John Midgley
Salt, Jeffrey J. Haboush, Greg P. Russell, Scott Millan and William Sarokin
A Rede Social, Ren Klyce, David Parker, Michael Semanick and Mark Weingarten
Bravura Indômita, Skip Lievsay, Craig Berkey, Greg Orloff and Peter F. Kurland

Efeitos Visuais

Alice no País das Maravilhas, Ken Ralston, David Schaub, Carey Villegas e Sean Phillips
Harry Potter e As Relíquias da Morte - Parte I, Tim Burke, John Richardson, Christian Manz eNicolas Aithadi
A Origem, Paul Franklin, Chris Corbould, Andrew Lockley and Peter Bebb
Homem de Ferro II, Janek Sirrs, Ben Snow, Ged Wright and Daniel Sudick
Além da Vida, Michael Owens, Bryan Grill, Stephan Trojanski e Joe Farrell


Arriscado pra caralho apostar na montagem d'O Discurso do Rei e em filme e diretor pr'A Rede Social, quando pode dar bem o contrário

MAS VAMO LÁ



P.S.: Meu favorito, dos principais indicados, é Cisne Negro, mas dificilmente levará.

P.S.2: Na verdade, meu favorito é A Origem, mas não considerei essa bobagem dos 10 filmes indicados pra melhor filme.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Querido Diário #12

O que se anunciava há tempos, pela obra do infálivel Murphy, hoje finalmente se concretizou: bati a porta do apartamento onde to morando há cerca de um ano e meio e deixei a chave dentro.

Até tenho um plano pra evitar não ficar tão na merda quando isso fosse acontecer, mas ele só tá semi-implementado, então passei trabalho.

Faltavam 15 minutos pra começar o futebol que eu ia jogar e eu ainda precisava passar em algum caixa 24 horas pra tirar dinheiro. Nessa situação tive que pensar rápido e bater de porta em porta até um vizinho atender e abrir o portão lá embaixo pra eu sair e CORRER (chave do carro também deixei dentro do apartamento) pro prédio da minha mãe onde ela tem uma chave reserva.

Se minha mãe não morasse a 1KM E POUCO de distância da minha casa eu estaria genuinamente ferrado. Mas, pra melhorar, ela está na praia, então eu ainda tive que bater na porta dos vizinhos do andar às quase 11h da noite, porque ELES tem a chave reserva pra entrar no apartamento da minha mãe. Eles nunca demoram pra achar a chave, mas desta vez o marido da senhora que normalmente me alcança demorou uns 5 minutos pra achar, pra aumentar minha tensão e drama.

Pega a chave, mais 1KM E POUCO de corrida de volta até minha casa, cheguei ensopado e me toquei pro futebol, azar do caixa eletrônico. Já tinha avisado que ia chegar atrasado e queria minimizar o estrago, porque jogar com um a menos é uma merda sem tamanho.

POIS VEJA SÓ, QUERIDO DIÁRIO, cheguei lá e nem tinham começado a jogar, tavam enrolando pra me aguardar.

Fim anti-climático